quinta-feira, 17 de junho de 2010

Meio

O que você está procurando encontrar nessa sua busca desenfreada pelo insuspeito, faccioso, fictício, tolerável gosto adocicado de textura suave, molhado quente e de cheiro distinto e característico, que causa um terremoto interno nas suas entranhas e faz retumbar violentamente o seu coração, causando vertigens e alucinações e enrijecendo sua musculatura lisa com a adrenalina que seu corpo produz pela sua busca dessa coisinha xoxa chamada paixão.
Será possível que toda vez que passo pra te ver tens lágrimas a escorrer dos olhinhos, tens frases de pura cotovelite, aguda, poliesculhambose fatal das trombadas que vives dando por aí em busca disso.
Quem me fará feliz a não ser eu mesmo? Já te perguntaste isso ararinha azul, bichinho em extinção, quando pararas de pagar os micos leões dourados que te se apresentam, também já tão demodée, afinal a quantas anda a sua carroagem?
Desprovidos somos de bussulas orientativas para nossos caminhos em busca de amor e o que será o amor enfim, pra tu ou pra mim, senão que quimeras, devaneios, sonhos mal sonhados, desenhados a crayon, rascunhos de tentativas e mais tentativas de esculpir enfim a forma ideal, tangível, defectivel, de tudo aquilo que gostariamos com que ele, o amor, se parecesse.
Mas como fazê-lo parecer-se conosco, se não nos enxergamos no mesmo espelho de maneira correta e sempre de maneira inversa, a esquerda à direita e a direita à esquerda, então assim também será essa pintura da escultura que buscamos.
Somos frágeis, justamente por que somos dislequecicos em termos de sentimentos.
Interpretamos um texto escrito em nossas vidas que por mais recopiado que tenha sido, jamais foi realmente aprimorado, somos versos repetitivos de cenas repetitivas, que nem cacos ou gags interpostos, nos tirariam do inevitável retorno o ode continua do ostracismo da continuidade.
Portanto não se lastime, nem se culpe, nem blasfeme muito menos debite ou credite a Deus todas as intemperies de sua vida, por que muitas vezes Ele nos diz o que fazer de modo certo, nós é que insistimos em fazer errado, só pra ter certeza de que Ele estava certo.
É da nossa indole sermos assim, meio babacas.

Eduardo Btabuta 17/06/2010

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