terça-feira, 16 de dezembro de 2008

No limite

Estamos desgastados pela falta de clareza e serenidade.
Vivemos acelerados, oprimidos pelo trabalho e a falta de perspectiva de vida.
Nem dentro de nossas próprias casas conseguimos ter paz.
Sempre damos um jeito para ser do nosso jeito, independentes do jeito que deveria ser para ser bom para mim e para você.
Vivemos a Era do egoísmo, da centralização e do umbiguismo.
Somos frívolos com o alheio, com suas dores e pesares.
Acordamos mal humorados, nos alimentamos feito desvairados, vivemos assolados e colocamos a culpa nos tempos modernos que nós mesmos criamos para desfrutarmos da insanidade de sermos mais espertos, mais perspicazes, mais vorazes com coisas que não nos pertencem exclusivamente.
A educação acabou, o respeito morreu, o carinho naufragou e o amor virou sexo para satisfação de nosso lado primitivo.
Desfrutar é preciso, pouco importa os limites, aliás, diga-se de passagem, que limites?
Para que limites?!
Nossa maior preocupação é não causar um trauma irreversível em nosso filhos, sem saber que essa rebeldia toda que eles estampam nada mais é que um grito de socorro que eles estão dando pela falta de limites que não demos à eles.
A índole de cada individuo está diretamente ligada à maneira como ele se apropria de todos os maus exemplos que ele encontra pelo seu caminho ao perceber que nada é realmente passível de punição, ou seja, que ninguém se importa mais com o certo e o errado, ninguém repudia mais a falta de carater e os desvios de comportamento e ninguém reage contra a falta de ética e suas impropriedades.
Todos se escondem, por medo das represálias, desconhecimento de causa ou simplesmente por omissão.
É mais fácil fechar os olhos, dar as costas para os problemas, dar de ombros como que dizendo: "não tenho nada com isso", pois nunca se sabe quem estará com você ou contra você.
Somos todos culpados e como todos os culpados nos dizemos inocentes.
Tudo está em nossas mãos, só não queremos segurar esse rojão.
Aí culpamos o governo, a sociedade, a falta de distribuição de renda, a não inclusão tecnológica e não a falta de vergonha na cara, a falta de vontade de trabalhar, a falta de responsabilidade, a falta de hombridade e dignidade das pessoas.
É mais fácil pedir, transgredir rende mais e intimida.
O que se ganha traficando ou vendendo órgãos é bem mais que o salário de empregados de fábricas.
E assim não nos resta mais nada, senão assistir a esse show patético que a maioria de nossos jovens estão dando.
Esse bando de maritacas gritando pelos corredores de hospitais, um monte de baratas tontas que se reúnem para fumar, beber, cheirar ou injetar em seus corpos uma dose do animo perdido nos neurônios mortos dos seus cérebros pelos excessos cometidos, cães caídos de mudança, sem rumo e perspectiva de se encontrarem ou de encontrarem alguém que lhes dê abrigo, por que ninguém quer um cão sarnento.
Precisamos acordar e reagir já.
E pouco importa o que está escrito aqui se você não se dispuser a revolucionar e mudar tudo.
São nossos filhos, nosso futuro como raça humana, então que sejam muitos bons exemplos da educação que demos a eles, pois estamos no limite.

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