sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cuida do seu que eu cuido do meu

Eu preciso escrever algo mesmo que isso seja algo perto de um pequeno desabafo, tudo anda meio esquisito, meio virado do avesso, os sentimentos não são os mesmos, a carência está matando as pessoas do coração e ninguém consegue mais confiar em ninguém. A coisa anda tão ruim que não conseguimos expressar o que sentimos ou se conseguimos em seguida tomamos um balde de água fria na cabeça por que as segundas intenções permeiam as cabeças humanas. Ninguém mais acredita em sentimentos verdadeiros e quando você tenta se aproximar mais carinhosamente de qualquer pessoa as aparas já se esticam todas e arma-se uma defesa contra possíveis e inimagináveis ataques sorrateiros. A traição, o engodo, a simulação estão tão sofisticados e intensamente presentes em nossas vidas que tudo é balela pura e muitas vezes descartamos um sentimento integro por medo do inexorável. As pessoas estão se encolhendo para os abraços, os beijos são quase imperceptíveis por serem tão rápidos e desvencilhados de ternura. Muitas pessoas torcem o bico por causa disso. E pra ajudar a era da cibernética nos deixa um pouco mais amedrontados, pois estamos sob severa vigilância de câmeras e filmadoras que desvendam do inocente o mais luxurioso embate por selvagens orgasmos osculares, se é que isso existe. Sei dizer que estou perdendo o jeito natural de lidar com as tais atrocidades da vivencia humana, dos carinhos, das malemolências e dos trejeitos por tudo estar virando maledicências, fofocas e dedurações youtubisticas. Quando menos se espera olha lá você na fita. Pior de toda essa história é que não conseguimos achar o tão sonhado amor, a liberdade de ser e o respeito unilateral das relações, somos joguetes uns nas mãos dos outros, meramente manipulados e destroçados pela libertinagem da liberdade de informação. Não conseguimos controlar nossas próprias vidas, os bancos o fazem, nós nem pensar, tudo o que dizemos poderá ser usado contra nós mesmos, inclusive o que fazemos e olha lá se não o que pensamos. Verdade verdadeira, estamos ferrados, achatados e sem saída, nem pra libidinagem comum, coisa de mentes sadias e em ebulição que sempre trataram o assunto com muita pimenta e sedução, existe espaço. Todo mundo deixou de se expor ao secular e pontual jogo dos toques sensitivos e espasmódicos, as fugas pras cachoeiras, os motéis secretos das fantasias sexuais, a troca de fluido, a química intensa das peles, viramos pessoas caseiras, seja na casa de quem for haverá menos custos e mais proteção, os namorados dormem em casa de seus pais ou dos pais dos parceiros, os motéis estão falindo ou se deteriorando, as casa de swing estão se proliferando bem como a promiscuidade, hoje o intenso é o tenso e sem compromisso, fodeu tudo e é só isso o que restou de nossas vidas. Os casamentos modernos de cada um, onde se vive em casa separada, mas com tudo em comum não é mais incomum, a era sofisticada do egoísmo a flor da pele, cuida do seu que eu cuido do meu.

E.Batbuta 29/07/2011

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