quinta-feira, 14 de julho de 2011

Surpreenda-me, se puderes

Vamos banalizar a pororoca, vamos surfar no rio das coisas devassas e não é da cerveja que estou falando, isso por que às vezes a testosterona sob e com ela sobem outras coisas, sobe a vontade de ser moleque e tentar novas travessuras, sob a vontade de testar os potenciais escondidos que aprendemos a vida toda e parece que quando envelhecemos esquecemos que ainda estamos vivos e os deixamos ao largo, bem à margem de nossas vidas. Bem etiquetados por sinal. Algumas coisas não tem preço mesmo, porém não arriscamos pagar pra ver como num joguinho de pôquer e quer saber as apostas são grandes, mas os valores a se perder são mínimos, não entendeu mesmo. Eu explico. É que as grandes apostas são o tônico da vida e sua vicissitude é atraente e os valores aqui tratados são bem amorais, falei difícil pra caraca.
É tão bom extrapolar e falar coisas que as pessoas não esperam que eu fale, tão bom quanto vê-las embasbacadas para responder ou tomar uma atitude. As coisas inusitadas surpreendem, mas todo mundo tem medo de surpresas. Imagina “se eu gostar” o que é que eu faço, “Se eu quisesse daquela forma” e agora. “Nossa isso me marcou tão profundamente” será que eu deixei escapar alguma coisa. “Fiquei indignado/a” será que ele/a sabe o que está fazendo.
Ninguém sabe. A verdade e que a maioria dos nossos desejos mais íntimos e intensos jazem algemados bem no fundo de nossos pensamentos e muitas vezes são tidos e ditos como do subconsciente e inconscientemente subjugados.
Somos muito fru-fruzinhos, frescos e amargurados e solitários e temerosos de que alguém nos toque, por que não queremos ser tocados, demanda avaliação, floreios e achamos que somos como um livro que não se deve ler e que muitas vezes não contém sequer uma cena descrita de tamanha intensidade que cause frios na barriga, e arrepios na espinha para que se esconda e não seja aberto por mãos experientes no manuseio, com olhares tinhosos em sua leitura e pensamentos libidinosos em seu entendimento.
A vida é assim vez por outra um carrossel, vez por outra uma montanha russa.
Só que ela não acaba de repente, acaba bem aos pouquinhos e normalmente por vergonha ou medo ou ambos e como somos mais de fugir do que de enfrentar nos refugiamos nos recônditos de nossa pobre e enferma alma.
Todas as barreiras intransponíveis só são assim por que deixamos de ter imaginação, caso contrário, voaríamos muito mais alto e desfrutaríamos da felicidade de divagar por entre nossos sonhos, nossas paixões e provaríamos enfim os agradáveis degustares indesfrutáveis da vida.
Por isso eu te digo “surpreenda-me, se puderes”.

E.Batbuta 14/07/2011

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